Não é novidade para ninguém que o nosso País atravessa um momento muito difícil da sua história. A crise económica e financeira tem provocado uma significativa diminuição da qualidade de vida de todos nós.
O desemprego não pára de aumentar acompanhando o ritmo das medidas de austeridade e da sombra da recessão.
Muitas pessoas começaram a reagir a este clima económico de incerteza face ao futuro com fortes reacções emocionais – depressão, ansiedade, irritabilidade e desespero. Contudo, muitas outras estão a conseguir adaptar-se relativamente bem às condições adversas.
Como é que uns conseguem manter a calma e a serenidade em condições tão ansiogénicas e outros sentem-se completamente vencidos por elas?
A chave está no conceito de resistência (resiliência).
Esta é uma competência aprendida desde o nosso nascimento e que nos ajuda a ultrapassar situações de crise (económica, familiar, trabalho, etc) e nos ajuda a pensar em estratégias para compensar as condições adversas.
Contudo, é difícil manter-se resistente (resiliente) quando tem gatilhos constantes dos media que nos mantêm em estado de alerta para a desgraça eminente: do quão terrível está a situação e do tão pior que irá ser o que aí vem. As más notícias circulam e são contagiantes.
É necessário tomar medidas psicológicas para se proteger desta epidemia de stresse!
Alterstatus, a pensar no seu bem-estar agrupou uma série de dicas que o ajudarão a sobreviver emocionalmente à crise:
Comece por aceitar que as mudanças fazem parte da vida – é tempo de ajustar os seus objectivos e modificar estilos de vida. Aceitar que existem circunstâncias que não podem ser mudadas só por si próprio. Isso ajudá-lo-á a filtrar o que está sob o seu controlo e, nesse caso, pode ser alterado.
Dê atenção à sua rede social – relações próximas com membros da família, amigos e outros são muito importantes nos momentos de crise. Aceite a ajuda dos outros para melhorar as suas capacidades de resistência. Esta é a altura ideal para se tornar mais activo em grupos cívicos, organizações de ajuda e outros grupos locais que promovem o seu sentimento de pertença. Dê sentido aos dias, dedique-se a uma causa comum.
Coloque tudo em perspectiva – lembre-se mais vezes das coisas boas que conseguiu atingir na vida e acredite que um dia esta situação (como todas na vida) terá um fim. Em vez de se focar tanto nos seus medos, nas injustiças presentes e até no remoer de como as coisas já foram melhores, faça meditação, contemple e valorize as coisas simples do dia-a-dia às quais tem acesso. Faça exercícios de relaxamento para o ajudar a manter a calma.
Liberte-se de auto-limitações. Seja criativo - nestas alturas difíceis aprendemos que somos muito mais poderosos do que pensávamos. Dê-se algum tempo. Não se culpe nem se limite. Se deixar fluir as ideias, se estiver liberto da ansiedade as soluções surgem como por magia. Dê asas à sua criatividade.
Procure activamente oportunidades - aproveite esta situação para se conhecer melhor e progredir pessoal e profissionalmente, eventualmente em outras áreas que não tinha até aqui explorado. Não seja rígido, a teimosia não é uma mais-valia, a persistência sim. Organize uma agenda de contactos. Contacte conhecidos e desconhecidos. Explore na internet projectos onde possa colocar em prática e desenvolver as suas competências. Lance o seu próprio projecto que realize a sua ideia.
Procure apoio psicológico – por vezes a ansiedade e a depressão podem atingir níveis demasiado elevados para que consiga lidar com eles. Se isso acontecer é importante que consulte um Psicólogo que o ajude a gerir as dificuldades pessoais, relacionais e/ou profissionais.
Por fim, mantenha-se à tona e não se deixe afogar!
Psicóloga Diana Frasquilho
Propostas de AlterStatus elaboradas com base em “Staying resilient through tough economic times: APA articles”